segunda-feira, 15 de junho de 2020

EVOLUÇÃO ESPECULATIVA

Vastatosaurus rex (King Kong 2005)

Olá a todos! Cinco anos após o meu último post, estou de volta ao blog, a pedido de várias pessoas. 

Desde então, posso dizer que incursei (de novo) nos répteis, ou seja, mantenho várias espécies de pequenos/médios animais escamados, como companhia. Sobretudo geckos leopardo. Mas, claramente, as aranhas e tarântulas continuam também a fazer parte desse “pequeno” zoo.
Menos esperado talvez seja o facto de ser atualmente também um autor e ilustrador de banda desenhada, com duas obras publicadas e outras tantas antologias em que participei, por publicar. “Congo” é a saga de bd na qual tenho apostado tudo, falarei acerca desta no futuro mas, resumindo muito, retrato a história de uma expedição portuguesa aos confins da África Central, em finais do século XIX, onde os homens liderados pelo renomeado explorador e major Afonso Ferreira, se deparam com horrores primitivos e criaturas vorazes, que os aguardam nas sombras.
Certamente falarei mais acerca da obra, se assim o desejarem, de futuro. Mas posso já informar que, um dos temas retratados, é o que vos trago hoje: evolução especulativa.



Kasai rex (Congo)

A evolução especulativa está muitas vezes lado a lado com outros tipos de pseudo-ciência, como a criptozoologia. Basta imaginarmos como seriam certos animais, extintos há milhões de anos, nos dias de hoje. Levemos em conta os famosos dinossauros do final do período Cretáceo, como o Tyrannosaurus ou o Majungasaurus, dois predadores de topo nos seus respetivos ecossistemas. Caso a extinção não tivesse ocorrido e não houvessem alterações climáticas de maior, nos últimos 65 milhões de anos, podemos assumir seguramente que ambos estes predadores teriam evoluído para animais ainda mais imponentes e ferozes e, os dinossauros, continuariam no topo da cadeia alimentar. Nós, humanos, certamente não existiríamos, pois os nossos antepassados nunca teriam oportunidade de evoluírem para animais com um intelecto semelhante ao nosso. E também é seguro admitir que nenhum animal evoluiria para algo semelhante a um humano. Relembro que as espécies mais bem sucedidas não têm como base um grande poder intelectual, mas sim uma grande capacidade de adaptação. Embora sejamos mais inteligentes que qualquer dinossauro, o nosso reinado no topo da cadeia alimentar não passa de um “pestanejar” ao lado do tempo que eles dominaram a Terra. 

Dito isto, também existem casos de animais que pouco mudaram, desde o Mesozóico, como os artrópodes ou os crocodilos. É seguro dizer que estes últimos apenas se tornaram menores desde então, de forma a se adaptarem melhor ao ambiente em constante mudança. Além de que os níveis de oxigénio atuais não permitem aos artrópodes crescerem aos enormes tamanhos que atingiam no período Carbonífero. Estes animais, embora extremamente primitivos, estão muito bem adaptados, com vários tipos de venenos, vários tamanhos e mecanismos de defesa impensáveis. É seguro assumir que os artrópodes continuarão a proliferar mesmo muito depois de nós já não estarmos aqui, o que me leva a abranger outro lado da evolução especulativa, o da especulação. 
Agora que falei acerca do passado, pretendo focar-me no presente e futuro.
Seria possível um dinossauro sobreviver até aos dias de hoje, num local recôndito do planeta? Para responder de forma breve: não. Não, mas... todas as aves de hoje evoluíram dos dinossauros mais pequenos, cobertos de penas. Apenas se adaptaram à vida no ar, ao contrário dos seus antepassados, que terão feito a sua vida perto do solo. De qualquer forma, não é possível um animal de grandes proporções ter sobrevivido até aos dias de hoje, sem que haja uma vasta população do mesmo. É seguro assumir que os seres humanos nunca terão interagido com nenhum destes animais, o que torna as histórias que misturam ambos, muito interessantes, visto que se tratam de histórias puramente ficcionais e especulativas, fazendo-nos imaginar o tipo de interação que teríamos perante estes animais primitivos.



Vinheta de “Congo - No Caminho das Trevas”

Dougal Dixon foi um dos pioneiros nos livros ilustrados de evolução especulativa, retratando inclusive a evolução da nossa própria espécie. A obra “Man After Man” é certamente uma das suas mais controversas. Retrata as várias vias evolutivas que o ser humano poderia tomar. Talvez uma das mais conhecidas seja a evolução conjunta com a tecnologia que desenvolvemos, tornando-nos, de certa forma, cyborgs. Embora bastante possível, prefiro falar acerca da evolução biológica, o que fará com que reveja brevemente o nosso passado. O ser humano, no início, era coberto de pêlo, com uma estrutura corporal e facial muito semelhante à de alguns primatas de hoje. Os maxilares eram robustos para conseguir mastigar raízes e carne crua. O corpo musculado por definição ajudava também a defender os primeiros homens dos vários animais imponentes com quem partilhavam o ecossistema, ajudando a subir às árvores ou atirar pedras. De seguida, o intelecto permitiu com que o homem desenvolvesse ferramentas que o ajudaram na caça, fazendo-o rapidamente subir para o topo da cadeia alimentar. A descoberta do fogo também ajudou a cozinhar a carne, tornando-a mais fácil de mastigar, fazendo com que o maxilar começasse, desde então a diminuir de tamanho. No geral, o homem tornou-se mais esguio, alto, e com um cérebro inigualável. E se continuarmos essa evolução, segundo as tendências que o ser humano tem aprimorado? Talvez uma imagem aqui ajude:




Evolução especulativa do homem

Creio que a aparência sugere um aspeto alienígena, quase. Pelo menos o que nós cremos ser um alienígena. Esta matéria é altamente especulativa, dentro do que já por si é especulação, mas e se os supostos aliens que “conhecemos” forem, na verdade, nós, com milhões de anos de evolução?

Quer se acredite ou não neste lado supostamente mais paranormal, é um facto que muitos avistamentos de objetos não-identificados são reportados todos os anos, algo será. Embora pareça reboscado, existe uma teoria de que esses ovnis e os seres lá dentro somos nós próprios (pelo menos a nossa espécie), após milhões de anos de evolução num suposto outro planeta e, após, também, a descoberta de como viajar no tempo. Parece um conceito tirado de um filme de ficção científica mas, após me debater acerca dele durante anos, parece-me até bastante credível. Certamente o planeta Terra ficará inabitável para nós em poucos anos, mas isso não significa que a espécie tenha de padecer. Por agora, tudo isso é especulação mas o certo é que, em teoria, não é impossível, sobretudo a parte de que no futuro o homem será mais alto, esguio, com a face mais achatada, sem pêlo e com uns olhos maiores. 

Este é um tema muito complexo e daria para escrever vários livros acerca dele, pensei que regressar ao blog com algum conteúdo novo poderia ser refrescante e interessante. Espero que tenham gostado, aguardo os vossos comentários.


Todas as ilustrações concebidas por mim.